Mesmo com o histórico amplamente conhecido de segregação racial nos Estados Unidos no século 20, escolas de ensino básico no Brasil têm salas de aula mais divididas entre brancos e negros do que colégios do estado americano da Carolina do Norte, segundo estudo publicado em março de 2021 pela Universidade de Stanford.
A descoberta foi registrada no artigo “Classroom segregation without tracking: chance, legitimacy, and myth in ‘racial paradise’”, do sociólogo Josh Gagnè, vinculado à universidade americana. O estudo investiga como ocorre a segregação racial nas salas de aula brasileiras e quais são seus efeitos para a segregação em geral.
A segregação racial acontece quando a composição racial de diferentes turmas dentro da mesma escola é muito diferente, explicou Gagnè em entrevista ao Nexo Políticas Públicas. Em escolas brasileiras, é possível encontrar uma sala de aula com 30% de estudantes pardos, enquanto outra tem mais de 70%, segundo seu estudo.
“No artigo, dei destaque para três características da segregação racial dentro de salas de aula no Brasil: ela é grande, ela contribui muito para a segregação em geral e afeta estudantes de todo o país”, afirmou Gagnè. O sociólogo registrou cenários de divisão de brancos e negros em todos os estados brasileiros.
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